13 março 2009

Ironia do mundo

Eis uma pequena conclusão sobre duas notícias que chamaram a minha atenção. A primeira capturou meu pensamento por alguns instantes ao notificar o vazamento de 60 toneladas de combustível e mais 31 contêineres de um produto químico utilizado na fabricação de explosivos, na baía de Queensland, Austrália.

Segundo a governadora do estado australiano atingido pela catástrofe, “Esse pode ser o pior desastre ambiental que o estado de Queensland já teve.” Fiquei boquiaberto com a notícia! Segundo a matéria da folha, um navio cargueiro foi danificado pelas fortes ondas provocadas por um ciclone que atingiu a região. A violência do mar foi tamanha, que além de derrubar os 31 contêineres, ela ainda furou o casco do navio e provocou o derramamento do combustível. (Na foto a cima um pequeno exemplo do que pode causar um derramamento de óleo no mar.)
Me lembrei que uma vez ouvi um especialista relacionando o aumento da intensidade dos ciclones com a evolução do aquecimento global nos últimos anos. No fim das contas, o mar está sujo de óleo e eles ainda precisam encontrar os 31 contêineres do produto químico que caiu em águas profundas. Se não acharem, ou não conseguirem retirar isso do mar, a humanidade terá plantado mais uma pequena bomba relógio no equilíbrio global da Natureza. O estado de Queensland já decretou calamidade!

Já a segunda notícia me trouxe à mente aquela imagem de paraíso profissional que muitos de nós guarda na memória. Quem nunca desejou ser aquele caseiro de uma ilha paradisíaca e receber um generoso salário para viver em ares de eternas férias? 34 mil pessoas se candidataram à vaga de emprego promovida por um estado australiano. Qual estado é esse? Quennsland!

“O melhor emprego do mundo” será ocupado pelo “funcionário mais feliz do mundo”. E ele terá muito trabalho para promover o equilíbrio ecológico da ilha paradisíaca manchada pelo derramamento de óleo provocado por um ciclone, possivelmente potencializado pelo aquecimento global que, por sua vez, é constantemente promovido pelo homem. Ufa!

A grande maioria dos finalistas à “melhor vaga de emprego do mundo”, são habitantes dos países que possuem os mais altos índices de emissão de poluentes. Seja lá quem for o cabra que irá ocupar a vaga, não consigo deixar de pensar na ironia que é passar a vida sonhando em trabalhar num paraíso natural e, quando finalmente atingimos o objetivo, o lugar está tomado de óleo. Mas o pior de tudo é constatar que isso é consequência dos nossos próprios atos.

Essa é a grande ironia da lei de equilíbrio que rege a Natureza. Ela nos faz perceber a conseqüência dos atos na mesma proporção em que eles são executados.

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